O furacão Milton, que se aproxima da costa da Florida, mais que dobrou de tamanho desde terça-feira (08/10).
De acordo com dados divulgados pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos, o furacão Milton é considerado uma tempestade de grande intensidade e seus ventos seguem aumentando progressivamente. As autoridades já classificam a tormenta como catastrófica.
Os ventos, nessa quarta-feira (09/10), com força de tempestade tropical, se estendem por 402 quilômetros a partir de seu centro, especificamente, no lado norte. Ainda no início da tarde de ontem, terça-feira (08/10), esses ventos se estendiam por aproximadamente 169 quilômetros do centro. Antes e depois da chegada do furacão no continente, a área afetada pelos seus ventos ainda pode aumentar.
Intensidade
O estado da Florida, nos Estados Unidos, será o principal atingido, pois está bem na rota da tormenta. Partes da costa oeste do estado, desde o Norte da Baía de Tampa até Keys, já registraram rajadas de vento com força de tempestade tropical. Em Fort Myers, uma casa foi destruída, arrancando o teto quase que completamente, além disso, postes de árvores caíram na cidade. A previsão é que o furacão chegue, de fato, na Florida ainda nesta quarta-feira (09/10).
A intensidade do furacão Milton está escalando de forma rápida, sem precedentes. Ele chegou à categoria 5, que é a maior na escala Saffir-Simpson, devido ao extremo calor nas águas do Golfo do México. Atualmente, está na categoria 4, entretanto, deve crescer de tamanho. Ou seja, embora diminua sua categoria, os impactos perigosos atingirão uma área muito maior.
Milton foi considerado a tempestade mais forte do mundo de 2024, quando estava com ventos de 281 km/h.
Orientação das autoridades
O Golfo da Florida foi atingido, recentemente, pelo furacão Helene, como uma tempestade. Anteriormente, chegou na região de pântanos como furacão de categoria 4. Aos moradores das áreas que ainda se recuperam dos danos causados pelo Helene, as autoridades estão pedindo que saiam ou se preparem para outra tempestade com risco alto de mortes.
Para a chegada de Milton, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que cumprir as ordens de retirada dos locais de risco, é uma “questão de vida ou morte”. Já a vice-presidente, Kamala Harris, ressaltou que “esta tempestade é diferente de tudo que já vimos antes”.
Kamala Harris, orientou que as pessoas que estiverem na rota do furacão, precisam se atentar aos avisos de retirada e fazê-lo, quando instruído.
Trajetória incomum
Conforme o climatologista especializado em furacões, Marcel Ligabô, o furacão Milton apresenta características únicas que o tornam uma ameaça significativa para o estado da Florida. Ele destaca que, apesar de estar perdendo intensidade e chegar como categoria 3, o que torna Milton particularmente perigoso é sua trajetória incomum e não sua força. Isso leva ao risco de inundações severas e prolongadas, alerta Marcel.
O especialista explica que a maioria dos furacões que margeiam a costa da Florida se aproximam de leste para oeste, porém, Milton está se aproximando de oeste para leste, em rota perpendicular à península. Essa rota é rara e o último registro de ocorrido foi em 1848.
Ligabô alerta que a previsão de um cenário de desastre é alta, não pela intensidade, mas pela região em que o furacão passará. A trajetória incomum, citada anteriormente, coloca Milton em direção a áreas densamente povoadas, o que aumenta muito o risco de impactos e danos à população.
Conforme enfatizado pelo climatologista, o maior perigo associado ao furacão é a água, e não o vento. Disse: “95% dos danos e perdas de vida causados por furacão vêm pela força da água”. Ele sugere, inclusive, que a classificação de furacões deveria refletir melhor essa realidade.
Na costa onde deve ocorrer a chegada do furacão Milton, já existem previsões que indicam que a elevação do nível do mar pode ultrapassar cinco metros, em algum momento. O que torna, para uma região propensa a alagamentos, uma situação muito alarmante.