Morreu, neste domingo (13/10), o famoso publicitário Washington Olivetto. Sua assessoria de imprensa confirmou a informação.
O publicitário Washington Olivetto estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro e faleceu neste domingo aos 73 anos. O hospital publicou uma nota lamentando sua morte e se solidarizando com a família e amigos. Porém, não divulgaram maiores detalhes, por falta de autorização.
Além de ser um ícone da publicidade brasileira, por ser responsável por algumas das mais marcantes campanhas publicitárias do Brasil. Olivetto também foi um dos fundadores da Democracia Corintiana, movimento que contestou a Ditadura Militar ao final do regime em 1981.
Residente do bairro da Lapa, em São Paulo, Washington nasceu em 1951 na capital paulista. Chegou a revelar em uma entrevista, que seu pai foi uma de suas inspirações para iniciar a carreira na publicidade, pois ele era vendedor na época.
Carreira
Olivetto chegou a iniciar o curso de publicidade na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), aos 17 anos. Entretanto, não concluiu os estudos.
Aos 18 anos, uma agência de publicidade o contratou como redator, iniciando sua carreira profissional. Logo em seguida, em 1974, ganhou seu primeiro, de muitos, Leão de Ouro.
Sua carreira profissional foi consolidada, de fato, quando fundou em 1986 a agência W/Brasil, junto com seus sócios, Javier Llussá Ciuret e Gabriel Zellmeister.
Suas criações tinham como marca a musicalidade. Portanto, por várias vezes, trouxe vozes de bandas e artistas para as campanhas. Para a marca de sandálias Grendene Rider, por exemplo, colocou Jota Quest para tocar e até Tim Maia, por mais de uma vez. Em duas situações, Tim encabeçou as campanhas com sucessos compostos por Lulu Santos, “descobridor dos sete mares” e “como uma onda”. Além disso, Jorge Ben Jor compôs a canção “W/Brasil (Chama o Síndico)”, que homenageia Tim Maia e leva o nome da agência, inspirado em uma conversa com Washington, durante uma festa da empresa.
Olivetto conquistou, apenas na categoria “Filmes”, mais de 50 Leões no Festival de Publicidade de Cannes, ao longo de sua carreira.
Internacional
No âmbito internacional, criou campanhas marcantes que foram reconhecidas fora do país. Olivetto foi o criador dos dois únicos comerciais brasileiros na lista dos 100 maiores da história, feita pela jornalista norte-americana Berneci Kanner.
Em 1987, na campanha Primeiro Sutiã, para a marca Valisère, buscava quebrar tabus e naturalizar o assunto puberdade e amadurecimento feminino. Em contrapartida, em 1989, o vídeo Hitler, para a Folha de São Paulo, trazia a discussão de como meias verdades podem manipular informações.
Famoso
Washington Olivetto criou campanhas publicitárias geniais e, consequentemente, queridas pelo público. Uma delas era o famoso “garoto Bombril”, protagonista das campanhas da Bombril e interpretado e pelo ator Carlos Moreno. A campanha foi considerada a publicidade que ficou mais tempo no ar em todo o mundo, e entrou para o Guinness Book por esse motivo. Ao todo, até o fim do contrato em 2004, o ator gravou 337 comerciais para a Bombril.
Outra campanha muito famosa, foi a do “cachorrinho da Cofap”, para a marca de amortecedores em 1994. Até hoje a raça do cachorrinho é identificada por muitas pessoas pelo nome da marca.
Em 2013, a escola de samba Gaviões da Fiel desfilou na Carnaval com o tema da história da publicidade e homenageou o publicitário no samba-enredo.
W/Brasil
A W/Brasil alcançou o título de maior agência em faturamento do país e uma das mais reconhecidas do mundo, recebendo quase mil prêmios ao longo do tempo. A empresa, inclusive, chegou a ter escritórios nos Estados Unidos, Espanha e Portugal, tamanho era seu alcance.
Uma curiosidade é que Olivetto é o único publicitário no Hall da Fama do The One Club de New York e no Lifetime Achivement, que não é e não tem descendência britânica.
Entretanto, a W/Brasil fez uma fusão em 2010 com a agência norte-americana McCann Erickson, um dos maiores agrupamentos empresarial de publicidade do mundo. Olivetto ainda continuou servindo, como presidente do conselho da empresa que passou a se chamar W/McCann. À época da fusão, a marca foi uma das 5 maiores agências do Brasil e a maior do Rio de Janeiro.